A noite e as suas raízes de sombras,
Tinha de onde a onde
Um brilho coado pelas copas das árvores
Pontilhadas de estrelas.
A lua cobria tudo com um véu de prata
E, à janela da vida aberta aos amores,
Dormitavam pardais e esvoaçavam flores
Que perfumavam o ar.
Na esquinas afiadas das noites quentes,
Ouviam-se as águas deslizantes
Perfurando as marés vivas.
A noite trazia sonhos
Povoados de luras sombrias,
De brisas agrestes
Raiadas de silêncios e magias.