margaridas
SER VERTICAL
Ser antes de tudo
o que se quer.
Não parecer o que se não é.
Ser afinal cada qual
quem é.
Ser sempre o que se deve ser.
Vertical.
Inteiro.
De pé.
Maria Emília Costa Moreira
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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
RENDILHEIRA
Numa tarde solarenga de Novembro
sento-me sob a protecção dos plátanos,
ali bem perto da Rendilheira.
Com o Ave a passar-nos aos pés,
contemplo, a jusante, toda a pequenez
da Senhora do Socorro cobertinha de branco.
A montante Santa Clara na sua robustez.
As árvores deixam-se desfolhar
na lentidão cálida desta tarde outonal.
Uma brisa passa ligeira
picotando as águas que se empurram
em torvelinho, ora na subida, ora na descida.
Para a nascente o Ave escurece
no verde dos pinhais.
Para o poente o sol incide forte
e pinta-o de prata.
Só o eco de um ladrar ao longe
e a sirene de um barco leve indo para a foz.
A Rendilheira serena, trabalha sem descanso
os bilros irrequietos herdados das avós.
sento-me sob a protecção dos plátanos,
ali bem perto da Rendilheira.
Com o Ave a passar-nos aos pés,
contemplo, a jusante, toda a pequenez
da Senhora do Socorro cobertinha de branco.
A montante Santa Clara na sua robustez.
As árvores deixam-se desfolhar
na lentidão cálida desta tarde outonal.
Uma brisa passa ligeira
picotando as águas que se empurram
em torvelinho, ora na subida, ora na descida.
Para a nascente o Ave escurece
no verde dos pinhais.
Para o poente o sol incide forte
e pinta-o de prata.
Só o eco de um ladrar ao longe
e a sirene de um barco leve indo para a foz.
A Rendilheira serena, trabalha sem descanso
os bilros irrequietos herdados das avós.
Vila do Conde, 6 de Novembro de 2003
VILA DO CONDE
Gosto muito desta cidadezinha. Desde muito jovem ia à feira com a minha mãe, pois era na época o local frequentado por muita gente para comprar de tudo. Não havia Shopings!! Hoje a feira continua a ser bastante frequentada, mas está diferente. A cidade tem mantido e conservado as suas belas casas e palacetes e tudo o que têm construido é com peso,conta e medida. Não há arranha-céus, há espaços verdes e "respira-se" harmonia.
PÔR-DO-SOL
Entardeceu na mais deserta calmaria
A voz do mar canta
Envolvendo as areias
O vento amainou
O sol engordou
E a prata virou ouro
Céu e mar em brasa
Apenas as gaivotas
Leves e ágeis passeiam
Sobre as águas
Os sargaços flutuam abundantemente
Ora para a terra ora para o mar
Conforme a corrente
Ao seu belo sabor sabiamente
Perfumando tudo o que existe em redor
Angeiras, Agosto de 1998
A foto tirei-a numa quinta-feira, depois do lanche das "aposentadas", em Leça. Como tenho um poema escrito há já uns anitos, mas que tem a ver com a imagem, resolvi "casá-los". O computador ,não sei porquê, por vezes não assume as estrofes e aglutina-me os poemas. Fico furiosa, ando às voltas e mais voltas para tentar resolver isto, mas não consigo.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
PESSIMISMO ( contraste com a escultura)
Duvido deste mundo
com valores em queda acentuada.
Duvido que chegue a paz
tão longamente urdida e negociada.
Duvido do querer de muitos
dos homens que governam.
Duvido das suas palavras
tão mansas quanto ternas.
Duvido de muitos que pedem
em nome dos pobres.
Duvido que não vão cinicamente
aumentando os seus cobres.
Duvido das palavras: amor
ao próximo e amizade.
Duvido que se trabalhe
em prol da igualdade.
Duvido, duvido, duvido!
com raiva a tudo o que machuca.
Duvido que a face da terra
se livre do lixo que a conspurca.
Matosinhos,1 de Junho 2001
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
FIM DE TARDE
Até que subitamente o sol se foi
As serras permanecem devoradas pelas brumas
E como cordas inintrruptas a chuva cai
em violinos que começam a tocar a canção
melodiosa e ritmada do fim de Verão
Com lágrimas coloridas de saudades
os cabelos das árvores ficam ainda mais verdes
Os pássaros espantados tontos e fartos de cantar
são ouriços frenéticos num constante esvoaçar
As flores abrem as asas e voam
desfeitas em pétalas frescas e airosas
As maçãs vermelhas cheiram com espanto
nos olhos tamanhos as sebes de rosas
Por instantes o sol sorri amarelento
as cores do arco-íris abrem-se
como uma bandeira
entre o céu a serra e a ribeira
numa dança infinitamente breve e derradeira
Rio da Fonte, 7/9/1998
sábado, 22 de janeiro de 2011
NOITE DE FRIO
Tantos graus negativos!
As mãos arrefecem o papel.
A lareira acesa
acende milhões de quimeras
e molda perfis de penumbra,
na poesia da sala adormecida
nas alfombras.
O frio chega aos ossos da alma
e propaga-se pelas veias,
em novelos de tormento.
E não há lenha que chegue
para queimar o perfume das flores
do pensamento.
Rio da Fonte, 1/1/1999
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
INVERNIA
Escrevo porque está frio.
E enroscada na caneta
Curvada sobre o papel
Aqueço a alma.
Com calma.
As ideias surgem desconexas.
Toscas sem pressa
De chegar.
E como o sol hoje
Não aquece
Continuo a escrever
Sem arrefecer ao frio.
Até que o corpo
Se canse
E alcance paz para a alma.
E de uma forma calma
Sorrio.
Escrevo porque está frio.
Leça da Palmeira, 13 /12/1995
INTERROGAR
Não é a manhã que perfuma a rosa?
E o sol não dá cor aos trigais?
E o vento que semeia a tempestade
Também não traz a calmaria
Nas tardes outonais?
Não é água que dá vida
E rega os arrozais?
E a neve que cresta e faz fugir os pardais?
Rio da Fonte, Outubro de 1974
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
QUEM DERA
Será feliz a flor num jardim que ninguém olha?
Será alegre o pássaro solitário que canta no seu ninho?
Será livre o bater das ondas sobre as rochas?
Será terna a luz que nos ilumina o caminho?
Será a paz uma palavra com rosto, já desfigurada?
Prematuramente definhará a flor não cuidada.
O pássaro desertará se conspurcado o ninho.
As ondas afogarão tanta lágrima salgada.
A luz, pepitas de ouro, fundir-se-á no cadinho.
E a paz, ó humana criatura!
Quem dera que não fosse incessantemente profanada.
Rio da Fonte, 7 de Março de 2004
LUXÚRIA
Horas mortas.
Nascem nos olhos cansados
Violinos de lágrimas coloridas
Que escorrem sobre o papel.
Nas mãos trémulas o calor e o sabor
Da brisa vinda do Índico.
Horas mortas.
Sorri em silêncio a lua
Por entre o ondular verde dos coqueiros
E as flores de cio das acácias rubras.
Enquanto as casuarinas se derramam
Noite adentro na praia nua,
Baila sobre a transparência das águas,
A pequeníssima ilha de coral.
Horas mortas.
E das trevas surge a luz.
Nitidamente sobre a pele quente,
A folha branca e o coração em chama,
Cresce em luxúria a flora africana.
Rio da Fonte, 9 de Novembro de 2005
Nascem nos olhos cansados
Violinos de lágrimas coloridas
Que escorrem sobre o papel.
Nas mãos trémulas o calor e o sabor
Da brisa vinda do Índico.
Horas mortas.
Sorri em silêncio a lua
Por entre o ondular verde dos coqueiros
E as flores de cio das acácias rubras.
Enquanto as casuarinas se derramam
Noite adentro na praia nua,
Baila sobre a transparência das águas,
A pequeníssima ilha de coral.
Horas mortas.
E das trevas surge a luz.
Nitidamente sobre a pele quente,
A folha branca e o coração em chama,
Cresce em luxúria a flora africana.
Rio da Fonte, 9 de Novembro de 2005
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
RECORDAÇÃO
Palácios mil. Que beleza!
Vem até mim o perfume
Do Jardim das Rosas
De Maria Teresa.
A Fonte da Juventude
No sonho de Schönbrunn.
Antigas carruagens.
Belos cavalos.
Viena dos meus amores.
Encantei-me com a Ópera
E os Pequenos Cantores.
Vi o Danúbio. Que pena!
Estava tão triste e cinzento.
Corria veloz sem tempo
Para comigo valsar.
Colhi flores silvestres
Pelos bosques de Viena.
Quero levá-las comigo.
Vou-me embora
E sinto pena.
Setembro de 1988
Vem até mim o perfume
Do Jardim das Rosas
De Maria Teresa.
A Fonte da Juventude
No sonho de Schönbrunn.
Antigas carruagens.
Belos cavalos.
Viena dos meus amores.
Encantei-me com a Ópera
E os Pequenos Cantores.
Vi o Danúbio. Que pena!
Estava tão triste e cinzento.
Corria veloz sem tempo
Para comigo valsar.
Colhi flores silvestres
Pelos bosques de Viena.
Quero levá-las comigo.
Vou-me embora
E sinto pena.
Setembro de 1988
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
NO MAR
Sei duma gruta entre os rochedos,
grande, funda e bela.
Sei duma gruta de águas límpidas
e frescas e só eu sei dela.
Sei que está cheia de cor
verde-alga, castanho-sargaço,
de ouriços roxos,
estrelas vermelhas, rosas e amarelas.
Sei de anémonas belíssimas e finas,
e de tufos castanhos e longos
como crinas,
flutuando ao sabor da corrente.
Sei de limos viçosos
e de peixinhos minúsculos e vistosos
dançando suavemente.
Sei de conchas de nácar
e de búzios perfeitos,
rosados, brancos, pintalgados de negro,
e de grandes grutas nos rochedos.
Sei,
sei mas não digo,
para que ninguém conspurque
este paraíso.
Rio da Fonte, 26 de Julho de 1975
Maria Emília Costa Moreira.
grande, funda e bela.
Sei duma gruta de águas límpidas
e frescas e só eu sei dela.
Sei que está cheia de cor
verde-alga, castanho-sargaço,
de ouriços roxos,
estrelas vermelhas, rosas e amarelas.
Sei de anémonas belíssimas e finas,
e de tufos castanhos e longos
como crinas,
flutuando ao sabor da corrente.
Sei de limos viçosos
e de peixinhos minúsculos e vistosos
dançando suavemente.
Sei de conchas de nácar
e de búzios perfeitos,
rosados, brancos, pintalgados de negro,
e de grandes grutas nos rochedos.
Sei,
sei mas não digo,
para que ninguém conspurque
este paraíso.
Rio da Fonte, 26 de Julho de 1975
Maria Emília Costa Moreira.
MISCELÂNEA
Junto ao vento que passa
e ao enovelar das ondas
- o voo trasparente das gaivotas
Junto à pureza infinita
do horizonte azul
- o riso de fonte das crianças
Junto à tranquilidade doce
do calmo entardecer
- o brilho sonolento do sol avermelhando as águas
Junto alegrias tristezas sonhos e mágoas
Rio Onda, Angeiras - 7 de Agosto de 1998
INSTANTES
Olhar o mar
cheio de brancas velas
a pincelar de luz
o horizonte azul
Silenciar a tarde
na procura da palavra exacta
para selar
estes viscosos instantes
impregnados da quentura solar
e do beijo refrescado
pelo vidro das águas
Pastorear a alma
enxameada pela solidão
no fundo das noites salpicadas
de estrelas
Desfalecer na fugaz labareda
com as mãos de pássaro
sobre o corpo tenso
e aceitar a partida sem regresso
na espiral do tempo
Leça da Palmeira, 2 de Junho de 2006
Maria Emília Costa Moreira
cheio de brancas velas
a pincelar de luz
o horizonte azul
Silenciar a tarde
na procura da palavra exacta
para selar
estes viscosos instantes
impregnados da quentura solar
e do beijo refrescado
pelo vidro das águas
Pastorear a alma
enxameada pela solidão
no fundo das noites salpicadas
de estrelas
Desfalecer na fugaz labareda
com as mãos de pássaro
sobre o corpo tenso
e aceitar a partida sem regresso
na espiral do tempo
Leça da Palmeira, 2 de Junho de 2006
Maria Emília Costa Moreira
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
ONDE SE ESCONDEM OS POEMAS?
Onde se escondem os poemas?
Talvez no avesso das palavras
Douradas de sol.
Onde se escondem os poemas?
Talvez nos pântanos de sonho
Enfeitados de lírios.
Onde se escondem os poemas?
Talvez nas pedras onde jorram olhos
De água cristalina.
Onde se escondem os poemas?
Talvez no pó da terra lavrada
Ressequida pelo vento.
Onde se escondem os poemas?
Talvez na toca silenciosa do meu peito,
Quando desabrocham dias enfeitados
De flamingos rosa,
Nas noites luarentas
Em que bebo as estrelas
Sob os lençóis de prata em que me deito.
Rio da Fonte, 20 de Dezembro de 03
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
A BELEZA DO DOURO
Acho que esta é uma imagem feliz. O espelho das águas vai ondulando com a passagem do barco e o reflexo fica um espanto!
CRUZEIRO NO RIO DOURO
Esta é a zona do Douro vinhateiro. O néctar que aqui se produz é conhecido e apreciado em todo o mundo.
CRUZEIRO NO RIO DOURO
Depois de estarmos alguns minutos emparedados, a comporta começa lentamente a erguer-se e avista-se uma nesga de luz junto das águas do rio.
domingo, 9 de janeiro de 2011
CRUZEIRO NAS ARRIBAS DO DOURO
Esta é uma zona protegida de rara beleza. Captar imagens de margens tão agrestes e de águas tão serenas no meio de um silêncio quase total, são momentos inesquecíveis.
sábado, 8 de janeiro de 2011
O GRANDE LAGO -PAISAGEM ALENTEJANA
Em Junho de 2010 o Alqueva estava quase na cota máxima. Agora com as chuvadas está a rebentar. Pena é que não se saiba aproveitar aquele investimento para gerar emprego e riqueza para o Alentejo. Para que serve tanta água se não se souber dar-lhe um destino apropriado e rentável?
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
LABIRINTO
Caminho negro da vida
Em labiríntico traçado.
Na solidão da cor
Se vislumbra um céu sujo, espantado.
Aqui e além o espreitar
De uma esfinge,
Do homem sem rosto,
Do peixe sem escamas,
Da flor sem caule,
Do monstro sem olho de olhar.
Por todo o lado umverde acinzentado
De pouca esperança.
Uma estrada de mistério
Fluida nas voltas duma contradança.
Em labiríntico traçado.
Na solidão da cor
Se vislumbra um céu sujo, espantado.
Aqui e além o espreitar
De uma esfinge,
Do homem sem rosto,
Do peixe sem escamas,
Da flor sem caule,
Do monstro sem olho de olhar.
Por todo o lado umverde acinzentado
De pouca esperança.
Uma estrada de mistério
Fluida nas voltas duma contradança.
Leça da Palmeira,9/11/2005
Este trabalho a acrílico e tinta da china sobre papel é a minha coroa de glória: foi selecionado em1998 para o IIPrémio Nacional António Joaquim.
O PULO DO LOBO
Existe um provérbio que diz " água mole em pedra dura tanto dá até que fura", ora as pedras estão polidas, brilhantes e perfuradas no Pulo do Lobo. Local a não perder!!! Até o caminho para lá chegar de autocarro é uma grande aventura.
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
"UM PAGODE"
A natureza tem por vezes formas muito bizarras de se apresentar. No meu quintal surgiu este agrupamento de cogumelos ,venenosos claro, mas muito engraçados.
HOMENAGEM A MALANGATANA
Hoje as minhas flores são para o pintor moçambicano com quem estive por duas vezes e numa delas tive o prazer de lhe falar da minha admiração pelo seu trabalho. Deixou-nos o homem, mas fica a obra. Fantástica, deliciosa!!!
Faleceu hoje, no hospital Pedro Hispano, em Matosinhos.
domingo, 2 de janeiro de 2011
CANDELABRO DE VÉNUS
Mais uma foto da flor, mas agora noutra perspectiva. São bonitas, não necessitam de cuidados especiais, mas proliferam rapidamente tornando-se uma praga. Absorvem muita humidade do solo. Quem tiver uma quintarola...aqui fica a minha sugestão.
sábado, 1 de janeiro de 2011
CANDELABRO DE VÉNUS
Voltei de novo às flores do meu quintal. Isto para alegrar um pouco o ano que se inicia, um tanto acinzentado. Estas flores trouxe-as de S. Miguel, Açores. Só fixei este nome, mas sei que tem outros.
Crescem monte acima, monte abaixo por entre as criptomérias e o seu perfume é muito forte. Na altura da floração são uma beleza!
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