(pastel óleo, ecoline e tinta da china s/ papel 32x 46)
Hoje, vou prestar uma
singela homenagem ao médico que me acompanhou durante muitos e longos anos e
que, estando eu com uma profunda depressão, me “forçou” a ir para a pintura,
como forma de terapia.
Na altura, tendo
perdido a capacidade de concentração e de memorização, a leitura e a escrita
foram postas de parte.
Assim, o que começou
quase como um passatempo tornou-se uma “obsessão” à qual me dediquei de corpo e
alma e fui aprendendo e produzindo como uma louca.
Nunca imaginei
organizar e participar em exposições de pintura e até receber algumas
distinções nesta área!
Sempre gostei do
desenho e de pintura figurativa. Mas como me aborrecia de fazer sempre o mesmo,
aprendi a trabalhar com colagens e a fazer pintura abstrata.
Nem imaginam o prazer
que me deu e como me fez “voar”!…
Há pessoas que perante
um trabalho deste género me interrogam com ar de “gozo”: - Mas afinal o que é
isto? O que significa?!
- Nada em concreto! Ou
muita coisa! Dependendo dos olhos e da sensibilidade de cada um…
A mim permitiu-me
esquecer os momentos dificílimos que vivia, tentando recuperar da perda de um
ente querido e da minha própria doença.
O doutor A. S. de L. já
faleceu e deixou-me uma grande saudade.
Foram muitos e longos
anos em consultas de mais ou menos duas horas, onde falávamos de tantas
coisas…onde deixava correr as lágrimas de dor e revolta e ele escutava em
silêncio, respeitosamente, e me aconselhava com uma infinita paciência…
Jamais o esquecerei! A
minha eterna gratidão!
…E que falta me vai
fazer na próxima” batalha” que terei de travar!
Maria Emília