margaridas

margaridas

SER VERTICAL

Ser antes de tudo

o que se quer.

Não parecer o que se não é.

Ser afinal cada qual

quem é.

Ser sempre o que se deve ser.

Vertical.

Inteiro.

De pé.

Maria Emília Costa Moreira

Seguidores

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

FIM DE TARDE


Até que subitamente o sol se foi
As serras permanecem devoradas pelas brumas

E como cordas inintrruptas a chuva cai
em violinos que começam a tocar a canção
melodiosa e ritmada do fim de Verão

Com lágrimas coloridas de saudades
os cabelos das árvores ficam ainda mais verdes

Os pássaros espantados tontos e fartos de cantar
são ouriços frenéticos num constante esvoaçar

As flores abrem as asas e voam
desfeitas em pétalas frescas e airosas

As maçãs vermelhas cheiram com espanto
nos olhos tamanhos as sebes de rosas

Por instantes o sol sorri amarelento
as cores do arco-íris abrem-se
como uma bandeira
entre o céu a serra e a ribeira
numa dança infinitamente breve e derradeira

Rio da Fonte, 7/9/1998




1 comentário:

  1. Emília: parabéns pelo poema e pela fotografia, completam-se maravilhosamente.

    ResponderEliminar