Como se espalha o pó do tempo
sobre as mãos que estendo
para colher a rosa do jardim.
Já não são esguios os meus dedos
e a pele pontilhada de sinais
perde o viço perfumado do jasmim.
As mãos cansadas ergo, e moldo-as no rosto.
As articulações tão redondas e doloridas
causam-me apreensão e desgosto.
Vivo a certeza plena que o relógio do tempo não pára,
segue imperturbável rumo ao fim,
num tic-tac de raiva e de silêncio.
(água de café s/papel)
por um rio de lágrimas a correr dentro de mim.
Leça da Palmeira, 8 de Fevereiro de 2004
Maria Emília Costa Moreira
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