margaridas

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SER VERTICAL

Ser antes de tudo

o que se quer.

Não parecer o que se não é.

Ser afinal cada qual

quem é.

Ser sempre o que se deve ser.

Vertical.

Inteiro.

De pé.

Maria Emília Costa Moreira

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sábado, 12 de julho de 2014

NAVEGAR




Explicação:
Este é o trabalho de menor dimensão em que usei esta técnica. Ainda não estão emoldurados, pois preciso de alguém capaz de pôr em pé o mecanismo que eu idealizei. Este quadro deverá ter música e movimento,tal como um relógio de parede. Necessita de uma caixa especial e de uma chave lateral para dar corda.







Pastel óleo e aguarela s/ papel 41x32 e 56x47


Velas içadas e vento de feição
Neste mar infinitamente azul e chão.
Assim se alimenta o sonho de navegar
Sem perigo de tempestades e sem redes traiçoeiras de nevoeiro.
O sol transpira cor no líquido jardim
Onde a canção do mar embala a voz de gajeiro.

Tal como um amor dito eterno…fenece,
Também o azul tranquilo num ápice se desvanece.
Da placidez do lençol, as águas se levantam
E o vento uiva fragmentando vidas.

Quebrados os mastros, como gaivotas perdidas,
As velas esvoaçam…
Dançam sem parar as barcas enlouquecidas,
De bombordo a estibordo, da proa à ré.
Rangem os cascos fendidos pela fome das ondas.
Longe… negros xailes ancorados na praia imploram o milagre
Num arco-íris de fé.


in Os meus Poemas V


HIBERNAÇÃO ESTIVAL

Entrarei em repouso quanto a publicações no blog. Talvez lá para Setembro retome. Na próxima semana ainda visitarei os amigos.

BOAS FÉRIAS!

terça-feira, 1 de julho de 2014

HOMENAGEM a Sophia de Mello Breyner Andresen



Estátua da escritora colocada no Jardim Botânico do Porto, outrora propriedade da família Andresen.
Desconheço o nome do autor desta obra, mea culpa, devia ter-me  informado quando tirei a foto.
Dia 2 faz dez anos sobre o seu falecimento. Escrevi este poema  no dia seguinte, em sua homenagem. Sophia era a autora que sempre trabalhava com os alunos nas aulas Português.


Dissemos adeus a Sophia,
no entanto ela virá cada dia:
ao lermos e relermos
A Menina do Mar”(com seu vestido de algas encarnadas,
cabelos verdes e olhos roxos)
e, que desse mar queria fugir
mas a Grande Raia a obrigou a ficar.

Dissemos adeus a Sophia,
que por alguns momentos
se ausentará para dormir a sesta.
Voltará sempre que na quinta,
Isabel e o amigo Anão passearem pela “Floresta”.

Dissemos adeus a Sophia,
enquanto ela se elevava no céu
procurando o seu Orfeu.
Refaremos todos os caminhos do “Cavaleiro da Dinamarca:”
por vales e rios, montanhas e cidades,
revisitaremos a arte de Giotto em Florença, a aquática Veneza
e o palácio do rico Mercador, de infinita beleza.

Dissemos adeus a Sophia,
mas ela continuará viva
no seu livro “Poesia”e em tantos outros
que espalhou: o “Dia do Mar”e a sua “Geografia”.

Dissemos adeus a Sophia,
visto que hoje partiu, voando pelo céu.
Porém, regressará todos os dias…ao abrirmos um livro seu.
- Até amanhã, Sophia!

  Rio da Fonte, 3 de Julho de 2004
In " À Rédea Solta" edium editores (rep)