margaridas

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SER VERTICAL

Ser antes de tudo

o que se quer.

Não parecer o que se não é.

Ser afinal cada qual

quem é.

Ser sempre o que se deve ser.

Vertical.

Inteiro.

De pé.

Maria Emília Costa Moreira

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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

MADRIGAL




Esbelto como um coqueiro
pleno de ternura tropical.

Possuis um ar de beleza infinda,
de força varonil e de fogo outonal.

Trazes contigo o perfume da flor
e a singularidade de um porte altivo.

Indolente...conquistas quantos corações
incautos passem em redor.






terça-feira, 30 de agosto de 2011

HARMONIA

À vista do que é belo
pasma toda a humanidade.
Se na beleza
na luz e na cor
se junta o perfume,
o aroma delicioso
do pólen de cada flor...
então todas as coisas
ganham em harmonia:
perfeita , sóbria, autêntica,
assim é a poesia!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

ENREDADA

Lancei as redes à vida

para a vida me encantar,

mas os perigos foram tantos

que lancei as redes ao mar…

o mar foi tão traiçoeiro,

que me tentou afogar

num mar de pranto e de dor

arrastando-me pela vida

enredada em desamor…

Lancei as redes ao vento

na busca da minha estrela,

fui perscrutando o firmamento

com ânsias de adivinhar

onde pára a paz no mundo?

onde se esconde a verdade?

a mão firme? um meigo olhar?

Lancei as redes à vida…

lancei as redes ao mar…

lancei as redes ao vento…

e acabei enredada

sem forças para lutar!


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

PORQUÊ? PARA QUÊ?

(GUERRA-técnica mista sobre cartolina)

Tenho hoje o coração
de luto
e sofro
com tanta crueldade.
Interrogo-me
perante este jogo
de imolar-se...
e matar inocentes
sem dó nem piedade.
Tenho hoje os olhos
abertos
e vidrados
de espanto e horror.
Que insanidade!
Caminho
sem saber por onde
tal como
a humanidade.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

NOITE SEM ESTRELAS

"Espaço celeste "( pastel óleo e acrílico sobre papel)

Ao cair da noite

estendo o lençol da preguiça

sobre a cama entreaberta.

Deixo que o meu corpo

se inunde da morna mansidão

da luz coada do candeeiro.

Como me aconchega a ternura

da chuva na vidraça!


É bom enroscar o corpo

e sentir as coxas sobre os seios,

abraçar as pernas dobradas,

o rosto a tocar os joelhos, em compressão.

Depois o desenrolar,

o distender o tronco,

os braços, as pernas,

os olhos cerrados a sentir, leve, a respiração.

Cubro-me com o lençol da preguiça

ao cair da noite.


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

LAMENTO

Deixo correr as horas e os dias

neste embalo de sonho feito de nada.


Se eu pudesse iluminar as minhas noites

de solidão com as palavras que não disse,

com o afago que não fiz…


Se eu pudesse esquecer o beijo que não deste…

o mel dos teus olhos derretidos…

e as magras perguntas e respostas

que trocámos com fingida indiferença...


Recordo os encontros e desencontros

nas voltas compassadas.

Um calor de braseiro no rosto

que me descia ao corpo.

As mãos húmidas de vidro,

tal como os nossos olhos

onde espelhava o lume.


No silêncio comprido da noite

de ontem, de hoje, de amanhã,

sinto a fragrância do teu corpo a envolver-me

e perco-me em sonoridades de pura fantasia.

Ah! Como eu lamento não termos desatado

os laços da nossa cobardia!


terça-feira, 23 de agosto de 2011

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

FOGOS


(técnica mista sobre papel)

No meu país pegou a "moda" dos incêndios na época estival. Estes três trabalhos são a forma de me solidarizar com as famílias vítimas dos pirómanos que continuam "à solta".


FOGOS


(técnica mista sobre papel)

FOGOS


(aguarela, tinta da china, pastel óleo sobre papel)

O MILAGRE DAS COISAS TERRENAS

No coração da noite

ecoam melodias.

O calor das luzes

e dos corpos

escorre e arde nos olhos

ensalitrando a boca.

O meu corpo

é um navio que navega

junto ao teu.

Passo a passo

onda a onda

inundado do sabor

da música

ora ligeira ora lenta.

No ritmo cadenciado

das voltas

o milagre aconteceu.


domingo, 21 de agosto de 2011

AS FLORES...

Necessito de flores no meu caminho,

pois o tempo tem-se arrastado sobre mim

e a poeira do esquecimento vem lentamente…


Necessito de flores no meu caminho,

já que a vida de quando em vez

aviva-me a memória e regresso

a um” passado-presente “nem sempre feliz.


Necessito de flores no meu caminho,

pois as perdas e os desenganos deixam marcas

duras que enegrecem a alma.

São histórias duma vida que eu não quis.




CHUVA DE VERÃO

Um dia era Agosto

e abriu-se o céu inteiro

com nuvens carregadas

a despejarem água.


E as plantas riram

e as flores cantaram

os gatos fugiram

e as crianças choraram.


Domingo sem praia

“Bolas! Que chatice!”


E as nuvens, tanta…

tanta água despejaram

que pela tardinha

as nuvens secaram.


sábado, 20 de agosto de 2011

DESLUMBRAMENTO

As paredes fatiadas

com vitrais.

Luminosos arco-íris

onde o sol criador

inunda de luz

o mundo interior.


Todos os olhos brilham.

Suspensa a respiração

num deslumbramento.

O bulício da cidade cessa

e saboreia-se a doçura

do momento.


O véu de nuvens

ora tapa ora desnuda

o sol, minuto a minuto.

Os magníficos vitrais

entram num processo

infindável de cores

em transmutação.

Sonho palpável.

Realidade pura.

Ou talvez visão.


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

PERGUNTO_ME

Pergunto-me quando se acabará

esta secreta música do olhar,

este beber a noite

na voragem de uma valsa lenta.


Reparo como se reflecte

a minha imagem no espelho

e cuido de atenuar os sulcos

trazidos pela brisa dos anos.


Pergunto-me a razão

de a garganta me secar

e o coração bater mais forte,

quando nas voltas se apertam

e separam as nossas mãos

para colherem a música que baila no ar.


Reparo nos olhos líquidos

e nos lábios mordidos,

enquanto a terra serenamente

em rotação continua.

Pergunto-me, olhando o céu,

porque brilha assim esta noite a lua.


terça-feira, 16 de agosto de 2011

POEMA BRANCO

Causticados e rugosos,

os marnotos,

dão vida aos montes de sal

tão enfeitados pelo sol,

na alvura da manhã.


Um pouco de sal

é preciso na vida:

tempera o amor,

corta o doce,

acrescenta o humor.

Banho salgado

afasta o calor.


Sal, o bastante

para dar sabor

à comida

como quem tempera

a vida.

domingo, 14 de agosto de 2011

AS FERAS

Viver a exigência do hoje,

nas contradições de um mundo velho,

onde a semente do amor ao outro

não floresceu na escala necessária,

onde os corações são pedras aguçadas

como lanças de arremesso

de incivilização primária.


A dor sofrida por tanta destruição

lançou raízes entre povos

devorados pela ambição.

Horas e horas de nuvens de pó e lodo

e milhões de olhos enxameados

por uma febre de maldição.


Tantas mãos inutilmente erguidas,

de lados opostos, aos céus de chumbo

clamando inocência e logo vingança.

A sementeira é de corpos sobre a terra

adubada de balas e de sangue

e donde há muito embarcou a esperança.

Nem os olhos arregalados das crianças,

pintados de pavor e de lágrimas,

estancam esta feroz sede de matança.


sábado, 13 de agosto de 2011

CONCERTO

O piano negro enchia a sala
e embalava
os corações com um enorme sorriso
na dentadura imponente.

Dedos que ora dançavam
e rodopiavam
e loucos batiam asas incessantemente
ora perdiam o ritmo
e bailavam serenos numa lentidão dormente.

E a música tocava os dedos
que tremiam
e os espectadores em silêncio
engoliam e vibravam com o olhar
enfeitiçado
presos às mãos mágicas
sobre o teclado.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

QUE LAGO? QUE TERRA? QUE RIO?

Que lago é este

em que te banhas

e cujas águas límpidas

estão plenas de nenúfares

alvos e rosados

como a pele mimosa

dos recém-nados?


Que terra sumarenta

trazes nos dedos

e enches de sementes

lançadas com amor

enquanto cumpres

o ritual de criador?


Que rio levas contigo

correndo até à foz

envolvendo o doce e o salgado

numa profusão de espuma

sem traçado nem fronteiras

numa busca permanente

de soluções verdadeiras?

domingo, 7 de agosto de 2011

SONHOS DE UMA NOITE DE AGOSTO

São quentes as noites e as madrugadas

De Agosto

São como as palavras

Os teus olhos em brasa

Por sobre o meu rosto

São quentes as tuas mãos e o teu corpo

Junto ao meu

São como a semente

Caída em terra fértil

Germinando para o céu

São quentes os abraços

São quentes os corpos

São quentes os beijos

Loucos os desejos

FANTASIAS

Esta noite pus-me a pensar

e pensei o impensável.

Pus os peixes com milhões de escamas

no céu a brilhar

e as estrelas mergulhadas no mar

a bailar.


Esta madrugada pensei,

continuei a pensar o impensável.

Plantei pomares de laranjeiras perfumadas

e pessegueiros floridos, no fundo do mar.

Enfeitei o céu de corais, de conchas

e de medusas delicadas e belíssimas a voar.


A lua-menina saltando à corda

embalou marés vivas,

brincou às escondidas nos parques e nas avenidas

e enfeitou as suas tranças,

com laços e margaridas.


Amanheceu e eu pensando

seriamente no impensável.

Mas o que é pensar?

É abrir os olhos para dentro

e procurar novos caminhos.


É dia claro, manhã alta

e não deixei de pensar no impensável.

Que o sol desceu à terra

e, rebolando-se entre a folhagem,

banhou-se redondo no ribeiro manso

e foi-se a luz, gelando a aragem.


E que importa que afinal tudo isto

seja pensar o impensável?

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

PEDRA EM PÓ

Tanta tristeza
e cansaço
no meu peito...
A pedra
que aí havia
aos poucos
ficou desfeita.

Há já anos
que ela se pulverizou.
Hoje choro
por tudo
e por nada,
o meu peito
está desfeito...
Vivo amargurada.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

MUNDO MALDITO

Temos terra

Temos água

Sementes

E vinte e quatro horas

Para trabalhar

E para descansar.


Mas as sementes

Não germinam

Não dão árvores

Nem frutos.


Temos petróleo

E minério

No subsolo.

Temos guerra

Temos canhões

Armas minas e foguetões

E uma sementeira

De corpos mutilados

Sobre a terra.


Temos mares

Largos de encontros

Para conversações.

Temos rios de dinheiro

Para conferências

De alto nível.

Para castigar infiéis

Para tratar da paz

(que não chega)

Para não mais acabar

Com a fome.


Temos os donos

Do mundo

Numa duplicidade atroz.

Cínicos não cessam

Na sede do poder.

Temos de gritar

Bem alto

A dor que nos consome

Enquanto nos restar

Um ténue fio de voz.

LUAR DE AGOSTO

.

Porque tudo é mais belo à luz da lua

Porque a noite de luar é mais bela e quente

Porque a lua se despe da nuvem-veste

E se mostra nua à gente.


Porque a dor é mais suave

E o amor mais intenso

Sob o luar de prata...

O desejo mais ardente

O fogo

A semente.


Porque a lua está nua

Atrevidamente nua

Dançando em torno do planeta,

Inteiramente nua

Exibindo a sua forma

Tentadoramente nua...

Sabendo do seu sortilégio

E que é proibido estar nua...


E continua

Impudicamente bela

Impudicamente nua.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

FESTAS NO REDONDO





Alguns aspectos das ruas do Redondo. Os temas são muitos, " O Fado" ,"Linha de Papel","A Pipi das meias altas", "O Jardim","As Bruxas". Há muitas outras ruas e praças cheias de cor e beleza! Pena foi a chuva ter vindo...mas já está tudo refeito.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

RUAS ENFEITADAS COM ARTE



O Redondo, no Alentejo, está em festa! São 33 ruas e praças decoradas com enfeites variados de papel colorido. Cada rua tem um tema. Dá que ver a arte e o engenho daquela gente. Quem lá for não se arrependerá. As pessoas são simpáticas e além disso a gastronomia alentejana é de se lhe tirar o chapéu! A não perder!