margaridas

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SER VERTICAL

Ser antes de tudo

o que se quer.

Não parecer o que se não é.

Ser afinal cada qual

quem é.

Ser sempre o que se deve ser.

Vertical.

Inteiro.

De pé.

Maria Emília Costa Moreira

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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

EXPERIÊCIAS

O tempo é um sopro
quando sobre o papel me debruço
na mistura das tintas.

Deleito-me com o derramar da cera
e mergulho na rejeição das aguarelas.

Sobre a textura branca e rugosa
inicia-se uma fusão, uma dança de cores,
um nascer de formas complexamente simples,
que no papel se fixam, caprichosas.

Súbito, surgem redondos de espanto:
Três sóis…três luas…três rosas…




Rio da Fonte, 10 de Novembro de 2005

(aguarela e cera s/ papel)

LÍRIOS ROXOS

Gosto dos lírios roxos
da transparência do seu sacrário
da trilogia sinuosa abrindo-se
como lágrimas caindo
e do abraço dos três braços

Gosto dos lírios roxos
espalhados pelas sebes nos quintais
e do seu olhar misterioso e macio
orvalhado de estranhos rituais

Gosto dos lírios roxos
como veias transparentes de fino recorte
gosto da mística verticalidade do seu porte



Rio da Fonte, 29-8-1998
(aguarela s/ papel)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

BRINCAR COM A COR



Como poderão verificar esta foto foi trabalhada a partir da anterir. Os tamarilhos já de si são coloridos e atraentes, mas eu resolvi dar-lhes mais cor e apresentá-los com novas roupagens.

OS TAMARILHOS



Como se pode ver os frutos por vezes agrupam-se em cachos de cinco, seis e sete tamarilhos.
Eles são um pouco ácidos, o seu sabor é um tanto especial e nem todas as pessoas gostam.

OS TAMARILHOS



A árvore não tem grande porte, mas o que mais espanta é a forma e o colorido dos frutos que se pode apreciar nesta época do ano. A folhagem com este frio e chuva está muito chamuscada, mas os frutos continuam lindos de morrer.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Os frutos maravilha (da costela de Adão)



Estes frutos são muito saborosos quando atingem a maturação apropriada. Na nossa zona é dificil, o clima não é favorável. Na ilha da Madeira são uma delícia - um misto de banana e ananás.

As flores da costela de Adão



São majestosas , imponentes as flores da costela de Adão.
A parte branca que rodeia o espigão central, vai acabar por ficar castanha escura, bastante dura e por fim cairá.

As folhas da costela de Adão



Tenho no pátio da casa antiga uma costela de Adão enorme. O recorte das folhas é surpreendente. São de uma beleza enorme tanto no abrir da folha, quanto já completamente adultas. O seu verde é bem brilhante.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Esta noite de Natal

É bom sentir o perfume das rosas
sobre a mesa
E a luz suave iluminando a última
página aberta
Confortavelmente reclinada
A lareira acesa

É bom ouvir o vento lá fora
passando apressado
E a chuva furando a telha do telhado
É bom dizer sem pensar em mais nada

“Como se está bem cá dentro
Como cheira bem cá dentro
É noite de consoada”

É bom pensar em quem vive
no casebre ao lado
Na criança seminua ao deus-dará
Na velha solitária e já sem tino

É bom pensar esta noite
É bom sentir esta noite
É bom chorar esta noite
E meditar no destino


Rio da Fonte, 24 de Dezembro de 1976

Maria Emília Costa Moreira

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Flores do meu quintal



Gosto muito de flores! A minha magnólia abriu na época da floração esta flor a sair do tronco. Parece brotar do focinho de um bicharoco! Engraçado, não acham?!
21 de dezembro 2010

Mulher-Flor ou Flor-Mulher ?: Ainda as árvores!

Mulher-Flor ou Flor-Mulher ?: Ainda as árvores!: "Aqui está mais uma árvore, toda retorcida pela secura do antigamente e continua retorcida pela pela abundância a que agora está sujeita...."

Ainda as árvores!



Aqui está mais uma árvore, toda retorcida pela secura do antigamente e continua retorcida pela
pela abundância a que agora está sujeita.
21 de dezembro 2010

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010



Esta foto foi trabalhada no computador, tendo como base a mesma foto anteriormente publicada, mas agora com novas roupagens. Delicio-me com as cores!! Às vezes os resultados são surpreendentes.
15 de dezembro 2010

AS ÁRVORES MORREM DE PÉ



Em tempos que já lá vão, no Alentejo as árvores morriam à míngua de água. A poetisa Florbela Espanca escreveu sonetos belíssimos e, um deles sobre as árvores da sua planície alentejana:

Horas mortas...Curvadas ao pé do Monte

A planície é um brasido...e torturadas,

As árvores sangrentas,revoltadas,

Gritam a Deus a bênção duma fonte.

in Chaneca em Flor

Hoje, com o Alqueva, muitas árvores morrem de fartura.

15 de dezembro 2010

SEMENTES

O canteiro onde depus
As sementes dos meus versos,
Floriu com a ternura dos meus dedos.
Mesmo quando o astro rei não brilha,
As anémonas e as margaridas tão singelas
Abrem as suas janelas, sem medos,
Ostentando uma beleza irreal.

Olho com espanto a maravilha
Desse reino de escrita vegetal,
Que em mim produz efeitos de acalmia.
É aqui, que busco na solidão,
Depois de um dia farto
E de exaustivo burburinho:
Paz para o coração
E pão para o caminho.
(acrílico e pastel óleo s/ papel)



Rio da Fonte, 20 de Maio 2001

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

GERÂNIO - VASO RÚSTICO

Gravado a acrílico e pastel
como quem cinzela
o granito,
o vaso rústico de papel
evoca com pujança
a natureza floral
no seu grito de cor
e de seiva,
de linhas afiadas
como espadas,
de linhas redondas
vermelhas e macias
salpicadas de amor.
Todo o perfume da terra
se envolve sobre o suporte
delicado, com calor,
num belo quadro
sombreado,
onde se cruzam
infindáveis elementos
de sensual fulgor.
(acrílico e pastel óleo s/ papel)






Leça da Palmeira, 6 de Junho de 2001

Maria Emília Costa Moreira

sábado, 4 de dezembro de 2010

AMBIÇÃO

Tanto queria crescer
na arte
de cruzar as cores
com o pincel
de as enredar nas telas
ou no papel…

Tanto queria saber
usar o carvão a preceito
de debuxar com jeito…

Tanto queria ter
tempo de sobra
para ver caminhar
passo a passo
a minha obra…



(grafite -estudo de cartaz de Vieira Portuense)

Rio da Fonte, 9 de Julho de 2001

Maria Emília Costa Moreira

GALHOS DA FIGUEIRA DO MEU QUINTAL

Com emoção pintei meses a fio
olhando os galhos da figueira
sobre a mesa de trabalho.

Foi lenta a descoberta
das formas e das cores,
da doçura dos pingos de mel
caindo dos figos abertos
num sorriso carnudo.

Meses a fio olhei e passei ao papel
cada folha, cada figo,
traço sobre traço, cor sobre cor,
até chegar ao fim de um parto
de amor bem conseguido.
(pastel óleo e acrílico s/ papel)





Rio da Fonte, 20 de Abril de 2003

Maria Emília Costa Moreira