margaridas

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SER VERTICAL

Ser antes de tudo

o que se quer.

Não parecer o que se não é.

Ser afinal cada qual

quem é.

Ser sempre o que se deve ser.

Vertical.

Inteiro.

De pé.

Maria Emília Costa Moreira

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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

NÃO EMUDEÇAM, POETAS!




O ano velho caminha
Apressado …para o fim!
Não me deixam saudades
Os seus dias sem cor
Envoltos em severas grades
De injustiça e austeridade.

O ano novo espreita
E todos se questionam:
Será melhor?!
Tento acordar cada dia
Com o canto dos pássaros,
Soltar as amarras dos sentidos,
Libertar-me da musa carcereira
E procurar a colorida beleza
Dos cânticos interrompidos.
Ah! A fraterna comunhão com a natureza!

Não emudeçam poetas!
A vossa voz é sempre um despertar!
Escutem o diapasão e afinem a lira.
O homem, odioso às vezes,
Outras, tem rasgos de altruísmo,
Ofertando até…o ar que respira.

Apesar de tanto farsante
Andar em cena…
Apesar de tanta desumana mentira,
Resistam! Mostrem indignação!

O mundo vale a pena!   

Os meus Poemas          

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

NATAL FERIDO



Frente ao mar da Boa Nova,
inexplicavelmente,
recordo a má nova,
(já lá vão tantos anos!)
anunciada quando adoeceste.
Descemos às catacumbas sombrias do hospital
e, depois de examinada,
diagnosticaram-te o pior…
A sós comigo os médicos deram-me a saber
a sentença: seis meses de vida!
Um punhal espetado no meu peito
não me faria maior ferida.
Sem lágrimas, sem forças, sem palavras
para dizer o absurdo do momento,
o mundo desabou em meu redor.
Não sei das fraquezas a que me agarrei
para ter forças para te enganar sorrindo:
_ Vai ficar tudo bem, Mãe!
Durante quase dois anos a fio
em que foste resistindo,
quantas lágrimas gritadas às escondidas,
e todos os dias um dia cortado no calendário…
e as noites mal dormidas
num sofrimento partilhado…
Horas infindas de desassossego constante
no acrescentar das doses,
no desespero de encontrar algum alívio
para a crueza de uma dor tão fatal.
Inexplicavelmente,
frente ao mar da Boa Nova…
recordo tudo, neste Natal.            



Para todos os amigos/as e visitantes  deixo um simples apontamento de Natal . Desejo-vos saúde e paz de espírito e muita inspiração para continuar a publicar belos textos e fotos e tudo o mais que me tem deliciado. Obrigada!


Farei uma pausa nas publicações. Espero ter possibilidades de vos visitar, se não o conseguir, peço desculpa. 
Até 2014!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

SEDUÇÃO - ARTE ERÓTICA 2013



 Pela primeira vez resolvi concorrer ao  Prémio Nacional de Arte Erótica que já vai na VI edição. E não é que fui seleccionada?!  Eis a minha aguarela e tinta da china sobre papel 31x22. Dei-lhe o título de SEDUÇÃO.

A exposição está patente ao público no Auditório Municipal de Gondomar até 22 de Dezembro.


 Esta imagem é a do catálogo onde consta o nome de todos os premiados e participantes e respectivo Curriculum,  bem como uma foto de um trabalho .


Da Costa Moreira  é o meu nome na pintura.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

SAGRES










Sagres desassossegou-me o coração!
Neste mítico lugar
onde as aves marinhas são mais serenas a riscar o azul,
onde a terra se quebra abruptamente
e o mar se perde de vista,
embriaguei-me de azul!
Contemplei a imensidão…
Daqui partiu um impulso aventureiro a desfraldar muito mundo.
Respirei fundo, interiorizando a beleza dos penhascos
abraçados pelas alvas rendas das ondas.
Espreitei o oceano límpido e brilhante
neste Novembro sereno,
em que os meus cinco sentidos romperam todas as amarras.

Em Sagres as memórias fazem-me navegar!
Súbito, no promontório uma brecha escura, assustadora e funda.
Nada se vislumbra deste lugar, e caminho em redor, a esperança me anima.
Lá ao longe abre-se uma janela de espanto
azul líquido, luminoso e sorridente
que me olha assim, deste modo…alegremente!

Sagres! Versos que eu faça nada valem!
Sem a força telúrica nem a claridade do mar.
Sagres! Como te sinto em mim,
e não te sei cantar!                                                              

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

CANTEMOS, ROSA!




As rosas vermelho-sangue
pedem-me que sorria,
apesar do sopro gélido
que me transtorna o coração.
Belas meninas
em  seu trono-caule
perfumando o ar.
Também elas, sem um ai,
se esfumarão ao sol de inverno
e à geada agreste
que sorrateiramente desce dos céus.
Cantemos com os pássaros distraídos
a mesma canção do adeus!


Os meus Poemas

sábado, 9 de novembro de 2013

JARRÃO COM FLORES




Sejam bem-vindos!
Vou fazer uma pequena pausa  para rumar a sul à procura de sol.
Irei "algarviar "uma semana.
Deixo-vos um trabalho meu de fotografia.
Obrigada pela companhia e pelos comentários. 

BLOG EM PAUSA!

sábado, 2 de novembro de 2013

LAMENTO



 Foto -  Leça da Palmeira

Deixo correr as horas e os dias
neste embalo de sonho feito de nada.

Se eu pudesse iluminar as minhas noites
de solidão com as palavras que não disse,
com o afago que não fiz…

Se eu pudesse esquecer o beijo que não demos…
o mel dos teus olhos derretidos…
e as magras perguntas e respostas
que trocámos
com fingida indiferença…

Recordo os encontros e desencontros
nas voltas compassadas.
Um calor de braseiro no rosto
que me descia ao corpo.
As mãos húmidas de vidro,
tal como os nossos olhos
onde espelhava o lume.

No silêncio comprido da noite
de ontem, de hoje, de amanhã,
sinto a fragrância do teu corpo a envolver-me
e, perco-me em sonoridades de pura fantasia.
Ah! Como eu lamento não termos desatado
os laços da nossa cobardia! 

Os meus poemas (rep.)

  

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

OLHOS D' ÁGUA



Andava como um navio
bailando em maré viva,
e fitava altivo o azul
num jeito tão firme de olhar…
Por vezes mudava o cor desse fitar,
ora em azul de mar e céu
ora em cinza de tempestade.

Cresceram-lhe pestanas de musgo,
de tantas lágrimas vertidas
nas muitas despedidas.
Do sorriso vermelho,
trémulo e doce como ambrósia,
ia aspergindo um perfume
de flores do campo ligado à maresia.

Poisaram-se-lhe açucenas nos cabelos
e o vento desprendia-os em fio.
Até que o corpo em balanço
se inclinava à terra,
sulcado por sóis e por luas
e crestado no mar salgado do destino,
agora longe de sereias…seminuas.

 In  À Rédea Solta - edium editores  (rep.)


domingo, 6 de outubro de 2013

FLOR BAILARINA



(acrílico s/ tela 70x50)


(pormenor)

PALCO DA VIDA



A flor-bailarina
Como tanta flor-menina
Atreveu-se a sonhar!

Voos altos…
Sonhados com sobressaltos
Que a vida sempre ofertou.

E a flor-menina pintou
Despudoradamente
E chorou pétalas de doçura…
E a flor-menina sorriu
Do mesmo modo ao amor e à amargura.

E a vida sempre a passar…
Os sonhos…bailarina…pianista…cantora…
Esses…a flor-menina não pôde concretizar!

Rio da Fonte, 6/10/13

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

FIM DE TARDE




Até que subitamente o sol se foi
As serras permanecem devoradas pelas brumas

E como cordas ininterruptas a chuva cai
em violinos que começam a tocar a canção
melodiosa e ritmada do fim de Verão

Com lágrimas coloridas de saudades
os cabelos das árvores ficam ainda mais verdes

Os pássaros espantados tontos e fartos de cantar
são ouriços frenéticos num constante esvoaçar

Até as flores abrem as asas e voam
desfeitas em pétalas frescas e airosas

As maçãs vermelhas cheiram com espanto
nos olhos tamanhos as sebes de rosas

Por  instantes o sol sorri amarelento
As cores do arco-íris abrem-se como uma bandeira
entre o céu a serra e a ribeira
numa dança infinitamente breve e derradeira

 "in POIESIS Editorial Minerva

sábado, 14 de setembro de 2013

ARTE NO ESPAÇO




( acrílico s/ cartolina 50x70)

E para continuar no "espaço" deixo-vos três fotos da lua e um poemazito insignificante...para ver se ganho ânimo e coragem para continuar com os blogs. A todos os amigos, agradeço as visitas e comentários. Espero começar a visitar-vos, embora lentamente...

POEMETO À LUA


Ando a espreitar a lua
noite adentro.
Redonda, clara e nua
vem descendo lentamente…

e a corda ali tão perto
a atravessar a rua!

A noite um pouco sombria
tornou-se alva, brilhante!
E a lua equilibrista
dança, rebola, assim roliça,
faz lembrar uma mestiça
na arte de encantar!

Eu, que a ando a espreitar,
por certo não terei jeito
de fugir ao seu feitiço
e, fico presa…a cismar!







domingo, 11 de agosto de 2013

PARTIR

OLÁ AMIGOS/AS  VISITANTES!
O BLOG ESTARÁ EM PAUSA ATÉ SETEMBRO.
MAS TODOS PODEM ENTRAR, A PORTA ESTÁ APENAS NO TRINCO.

Eis a porta, humilde, mas impregnada de esperança em dias melhores.
Oxalá o país tome outro rumo e o fechar de portas e as partidas sejam apenas para lazer... e não um êxodo imprescindível e desenfreado!


Partir…
partir sem destino
sem leme nem velas
Partir
cavalgando
a égua branca
das nuvens
por entre uma multidão
de estrelas
Partir…
partir sem rumo
em direcção
à cordilheira
e à planície
flutuando
leve e livre
à superfície
de uma profusão
de verdes ondulantes
Partir…
partir com a alma
plena de alegria
do Pólo Norte
aos mares do Sul
os cabelos cheirando
a maresia
e enfeitados
de algas e corais
Partir
impregnada de ocre
e de azul
até à medula
Partir…
partir sempre
sem chegar
jamais…


in " À Rédea Solta" - edium editores


As fotos são da minha autoria, (como aliás é tudo o que publico neste blog) trabalhadas no Adobe Photoshop CS3.

Agradeço antecipadamente as visitas e os comentários!

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

FIGURAS FUGIDIAS



(aguarela s/ papel  37x25) rep

Damas donzelas
miragens
imagens sinuosas
de ternura
telas vivas de cor
pura
Os azuis com sabor
a maresia
o vermelho ardente
das papoilas
e o verde das pradarias
Aves poisadas
de leve
como quem foge
sobre o manto amarelo
de Van Gogh
Traços ligeiros
rectas curvas pontos
unidos nos desencontros
de uma pauta
a inventar
Caprichosamente
fauna e flora
como em eco repetidas
Musicalidade breve
luzes quimeras poesias
em torno
de figuras fugidias

In "À Rédea Solta" -edium editores





sexta-feira, 26 de julho de 2013

NUNCA MAIS!




Nunca mais te verei andando pela casa.
Nunca mais soará a tua voz aos meus ouvidos.
Nunca mais acariciarei os teus cabelos brancos.
Nunca mais! Nunca mais! Gritam  os meus sentidos.


Vejo incessantemente
O teu rosto sofredor.
Oiço continuamente
Os teus últimos suspiros.
E choro e reclamo e sofro e grito.
E procuro encontrar-te... lá no infinito.

Rio da Fonte, 27 de Agosto de 1988
"In" À Rédea Solta - Edium Edotores



Julho é um mês carregado de emoções. Dia 10 - aniversário de minha mãe; dia 27- dia do seu falecimento com 73 anos de idade. Perdi-a há 25 anos. Este poema foi escrito um mês depois da sua ida...
Sei-o de cor e digo-o muitas vezes, baixinho ...como se fosse uma oração.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

ESTUDO - RENOIR

"REGAÇO"


(acrílico s/ tela 25x37)

Este meu estudo é de 1996. Feito a partir de um quadro de Renoir "A menina Romaine Lacaux".Apenas me debrucei numa pequena parte do retrato e dei-lhe o título de" Regaço".

Um pequeno apontamento sobre o pintor francês

Auguste Renoir foi um talentoso mestre da pintura.Nasceu em Limoges a 25/2/1841 e faleceu em Cagnes-Sur- Mer a 3/12/1919.
Deixou-nos obras conhecidas e apreciadas no mundo inteiro.
Um grande pintor impressionista.
Prevalecem nos seus quadros, as cores fortes e brilhantes e linhas harmónicas. Neles podemos ver a figura humana ou grupos de pessoas e paisagens.
Refiro apenas três das suas grandes obras:
"Le Moulin de la Galette"
" As grandes Banhistas"
"Odalisca"

segunda-feira, 15 de julho de 2013

MISCELÂNEA




Junto ao vento que passa
e ao enovelar das ondas
 - o voo transparente das gaivotas

Junto à pureza infinita
do horizonte azul
 - o riso de fonte das crianças

Junto à tranquilidade doce
do calmo entardecer
 - o brilho sonolento do sol avermelhando as águas

Junto alegrias tristezas sonhos e mágoas



In  À Rédea Solta  - edium editores
Rep.


quarta-feira, 10 de julho de 2013

UMA ROSA PARA A MINHA MÃE




Se a minha mãe fosse viva faria hoje 98 anos!
A minha singela homenagem  para uma lutadora, para uma mulher simples, mas com uma visão do mundo e da vida  que ainda hoje me surpreendo quando recordo as suas palavras e os seus ensinamentos.

SAUDADE

A dor que minh’alma sente
Eu não sei explicar.
Não há palavras que cheguem
Para eu poder contar.

É uma tristeza tão grande
Uma mágoa sem ter fim,
Que me toma a garganta
Que toma conta de mim.

Tenho agora as mãos vazias,
Trago os olhos aguados,
E no peito uma dor.
Ando por aí sem vontade
Sempre a pensar em si.
É imensa esta saudade.

 Maria Emília Moreira- (repetido)
"in"    À Rédea Solta  Edium Editores

quarta-feira, 26 de junho de 2013

ENGRENAGEM



(foto trabalhada no computador M.E.)rep.


Enjeito toda a forma de engrenagem
Para enrolar a vida,
Já de si tão tensa e confusa
Quanto apodrecida.

Repudio a falta de ética
Que rege tantas vidas
De gente que cada vez mais
Trepa patamares sem conta nem medida.

Recuso a vilania por aí instalada,
Onde uns têm tudo…outros nada,
Sendo triturados numa roda dentada.


domingo, 16 de junho de 2013

NO MAR


(técnica mista s/madeira -areia,papel,conchas,cola, verniz e acrílico- 42x54) rep

Sei duma gruta entre os rochedos,
grande, funda e bela.
Sei duma gruta de águas límpidas
e frescas e só eu sei dela.

Sei que está cheia de cor
verde-alga, castanho-sargaço,
de ouriços roxos,
estrelas vermelhas, rosas e amarelas.

Sei de anémonas belíssimas e finas,
e de tufos castanhos e longos
como crinas,
flutuando ao sabor da corrente.

Sei de limos viçosos
e de peixinhos minúsculos e vistosos
dançando suavemente.

Sei de conchas de nácar
e de búzios perfeitos,
rosados, brancos, pintalgados de negro,
e de grandes grutas nos rochedos.

Sei,
sei mas não digo,
para que ninguém conspurque
este paraíso!

in  "À   Rédea Solta - Edium Editores

 
(pormenor do mesmo  quadro )

domingo, 9 de junho de 2013

IMENSIDÃO



Retorno ao cabo
onde o vento canta
áreas de sonho
na  falésia a pino


Regresso ao mar
que com exaltação
e na fantástica cupidez
do seu destino
banha as rochas negras douradas e nuas

         as beija
         as acaricia
         as perfura
         as tritura
e as sente voluptuosamente suas


Eis-me junto ao farol
cujo perfil firme
altivo e estático na sua solidão

       rasga nuvens
       descobre céus
       alumia mares
       desafia tempestades
num imenso hino de fraterna comunhão



in " À Rédea Solta"  Edium  Editores