
margaridas

SER VERTICAL
Ser antes de tudo
o que se quer.
Não parecer o que se não é.
Ser afinal cada qual
quem é.
Ser sempre o que se deve ser.
Vertical.
Inteiro.
De pé.
Maria Emília Costa Moreira
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terça-feira, 29 de novembro de 2011
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
VERDE-VERMELHO

Verde é o mar
As algas os sargaços
Verde é a vinha
O pinhal o pomar jovem
Verde é o amor
Ao nascer nos teus braços
Nas manhãs frescas d’Abril
Verde é o teu olhar
Verde de cansaços
E de ternuras mil
Verde-musgo
Verde-folha
Verde-mar
Verde verde verde
Verde a esperança
Verde-limão
Verde-mar
Verde-amar
Vermelho é o fogo
As papoilas e o sol poente
Vermelho é o sangue
E a terra no estio quente
Vermelho é o amor
Quando maduro
Vermelho o mais lindo botão
Reflectido no teu olhar
Cintilante de desejo
Doce e duro
Vermelho-escuro
Vermelho-fogo
Vermelho-dor
Verde-vermelho vermelho-verde
Quente e frio
Vermelho-vivo
Vermelho-dor
Vermelho-amor
terça-feira, 22 de novembro de 2011
DESEJO

Soltam-se-me as palavras
ao vento, em remoinho,
e voam como flamingos
sobre as árvores nuas.
Reclamam justiça
contra a ambição sem freio.
Procuram fraternidade
no meio da podridão.
E, neste deserto povoado de egoísmo,
onde abunda a insensatez, clamam:
- o fim da violência
- o fim da corrupção.
Pois que caia a máscara de vez.
Soltam-se-me as palavras…
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
ONDE O MAR É QUENTE

segunda-feira, 14 de novembro de 2011
OLHAR SEM VER

Seguro um livro nas mãos
e procuro ler.
Mas o espírito ausente
em navegações
no passado
no presente
e no futuro
não encontra sossego.
Olho a folha crivada de fonemas
e as linhas dispersam-se
diante dos olhos.
Não consigo prendê-las
agarrar-lhes os sentidos.
No cofre do meu peito
o coração bate forte
em silenciosos ruídos.
sábado, 12 de novembro de 2011
JANELA ABERTA

Os olhos cravados no céu.
Tudo impregnado de chumbo.
Súbito, na imensidão de breu,
uma janela aberta de azul vaidoso!
Janela aureolada
dum brilho perfumado de açucenas,
que inebria.
Natureza maravilhosa!
No meio das trevas…
Um jorro de alegria!
FLORES COM ASAS

quarta-feira, 9 de novembro de 2011
VENS?!

Para o frio que me gela a alma
teço o meu xaile
com fios de luz e maresia.
Invento os teus gestos,
o teu olhar aprisionando o meu,
o teu sorriso abrindo sobre a minha boca,
e olho o espelho das águas e estou só eu!
No vaivém das ondas
me aconchego e te espero.
Mais um Outono sombrio.
Vens de longe… de longa viagem…
teço sonhos enrodilhados de vento norte.
Vens?! Mas tu és apenas… miragem.
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
DEIXA_ME VOAR...

Os charcos estão cheios de flores murchas.
Elas deixaram os caules a gritar,
ao abandono…
Também os teus sentimentos estiolaram
e eu passeio-me só nos areais
ao sal do vento nesta tarde pluviosa de Outono…
Risos e cantigas de outrora
foram-se pelo mar fora rumo ao infinito…
Gaivota leve que planas
sobre a espuma das ondas,
empresta-me as tuas asas.
Deixa-me voar…voar…
Até aos confins da terra, pelo espaço sideral
Rumo à paisagem lunar…
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
NOITE E DIA

Neste mar largo em desalinho,
as escamas de luar
reflectir-se-ão pela noite fora.
Lentamente a aurora espreguiçar-se-á
abrindo os olhos azuis.
Das rosas púrpura de Alexandria,
de lábios aveludados,
espalhar-se-á o perfume
no silêncio campestre.
Ao sol do meio-dia,
encosta abaixo o branco casario
a pintalgar a paisagem de uma paz celeste.
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
DEPOIS DA TEMPESTADE...
