com o esplendor do sol,
bordadas de plantas
espinhosamente brancas e lilases
rastejando as areias.
Olhei-as de cima do passadiço
projectado para o mar.
As cordas lateralmente a baloiçar,
sinuosas como corpos morenos
fervilhando de paixões.
Milhões de lábios devorando a luz,
olhos rasgados flutuando sobre ondas azuis
numa profusão de formas
redondas e macias.
Narinas trémulas engolindo odores
de uma gama infinita de protectores,
sob o lençol celeste.
Há braços e abraços,
pernas como tentáculos
enroscando o desejo de sexo derretido
num lamento levado pelo vento
ao fim da tarde.
E as dunas, agora sombreadas
pelos reflexos do sol poente,
permanecem altivamente
livres e sós...sempre.
Agudela, 29/7/2001
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