Pergunto-me quando se acabará
esta secreta música do olhar,
este beber a noite
na voragem de uma valsa lenta.
Reparo como se reflecte
a minha imagem no espelho
e cuido de atenuar os sulcos
trazidos pela brisa dos anos.
Pergunto-me a razão
de a garganta me secar
e o coração bater mais forte,
quando nas voltas se apertam
e separam as nossas mãos
para colherem a música que baila no ar.
Reparo nos olhos líquidos
e nos lábios mordidos,
enquanto a terra serenamente
em rotação continua.
Pergunto-me, olhando o céu,
porque brilha assim esta noite a lua.
I have to say it again: your poem is fantastic. The picture is gorgeous.
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