Deixo correr as horas e os dias
neste embalo de sonho feito de nada.
Se eu pudesse iluminar as minhas noites
de solidão com as palavras que não disse,
com o afago que não fiz…
Se eu pudesse esquecer o beijo que não deste…
o mel dos teus olhos derretidos…
e as magras perguntas e respostas
que trocámos com fingida indiferença...
Recordo os encontros e desencontros
nas voltas compassadas.
Um calor de braseiro no rosto
que me descia ao corpo.
As mãos húmidas de vidro,
tal como os nossos olhos
onde espelhava o lume.
No silêncio comprido da noite
de ontem, de hoje, de amanhã,
sinto a fragrância do teu corpo a envolver-me
e perco-me em sonoridades de pura fantasia.
Ah! Como eu lamento não termos desatado
os laços da nossa cobardia!
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