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SER VERTICAL

Ser antes de tudo

o que se quer.

Não parecer o que se não é.

Ser afinal cada qual

quem é.

Ser sempre o que se deve ser.

Vertical.

Inteiro.

De pé.

Maria Emília Costa Moreira

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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

VILA DO CONDE (em dia de feira)


Ufa! Que calor!
Nem rio nem mar refrescam,
procuram-se sombras e ar fresco.
Ufa! Que calor!
O Ave está quase seco.

As sirenes tocam sem cessar,
os carros saem velozes com bombeiros a suar.

Vila do Conde em dia de feira,
cheia de sol, de tendas, de turistas.
Gente aos montes,
montes de camisolas, de tecidos,
de sacos, saquinhos e sacolas,
cobertores, colchas, carpetes
e galinhas.
Roupas interiores,
bifes, tripas e chouriços,
molas, botões e rendinhas.
Filigranas em brincos e pulseiras,
a regueifa quentinha
e o doce da Teixeira.
Azeitonas e tremoços,
Louças, vidros, mobílias,
bugigangas, sapatos e botas.
E os ciganos vendendo pechinchas
inacreditáveis, sem fazer batota.

Ouve-se a música
dos vendedores de “cassetes”
por entre clamores de gelados fresquinhos.
E a mulher rodeada de filhos
que pede p’ró ceguinho.

Vila do Conde
tem ruelas estreitinhas,
cheias de sabor e cheiro de maresia.
E a igreja matriz, Santa Clara
e a beleza imensa e sinuosa
da arcaria.

Vila do Conde
tem um jardim junto à ponte
e fontes a gotejar.
Que bem sabe em tardes quentes,
ter água p’ra refrescar!

E o vento norte não sopra,
deixou-nos um Verão quente,
o Ave não leva água,
os campos não dão semente.

Vila do Conde
abafada de calor e tanta gente,
Vila do Conde
Espraiada, tem um chafariz ao centro.

Vila do Conde, 1975

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