Até que subitamente o sol se foi
As serras permanecem devoradas pelas brumas
E como cordas inintrruptas a chuva cai
em violinos que começam a tocar a canção
melodiosa e ritmada do fim de Verão
Com lágrimas coloridas de saudades
os cabelos das árvores ficam ainda mais verdes
Os pássaros espantados tontos e fartos de cantar
são ouriços frenéticos num constante esvoaçar
As flores abrem as asas e voam
desfeitas em pétalas frescas e airosas
As maçãs vermelhas cheiram com espanto
nos olhos tamanhos as sebes de rosas
Por instantes o sol sorri amarelento
as cores do arco-íris abrem-se
como uma bandeira
entre o céu a serra e a ribeira
numa dança infinitamente breve e derradeira
Rio da Fonte, 7/9/1998
Emília: parabéns pelo poema e pela fotografia, completam-se maravilhosamente.
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