Horas mortas.
Nascem nos olhos cansados
Violinos de lágrimas coloridas
Que escorrem sobre o papel.
Nas mãos trémulas o calor e o sabor
Da brisa vinda do Índico.
Horas mortas.
Sorri em silêncio a lua
Por entre o ondular verde dos coqueiros
E as flores de cio das acácias rubras.
Enquanto as casuarinas se derramam
Noite adentro na praia nua,
Baila sobre a transparência das águas,
A pequeníssima ilha de coral.
Horas mortas.
E das trevas surge a luz.
Nitidamente sobre a pele quente,
A folha branca e o coração em chama,
Cresce em luxúria a flora africana.
Rio da Fonte, 9 de Novembro de 2005
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