Na limpidez baça deste espelho
em que me olho,
vejo passar a vida em correria.
E luto por salvar o que me resta
com laivos de extrema teimosia.
O pó do tempo tingiu-me
a pele e os cabelos.
O viço da Primavera foi-se
com a aragem.
Por mais retoques que dê
na maquilhagem,
as rugas teimam em crescer,
não se desfazem.
Nada apaga este meu cansaço,
e no fim de cada viagem
quando a despir o fato me apresso,
vendo-me de novo ao espelho
já nem me reconheço.
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