Pelos caminhos
sinuosos da aldeia
com luz pingada do arvoredo
onde passeio um passado
recheado de recantos poéticos
com sabores misteriosos
com cores de encantamento
sobre o ventre campestre
Pelas velhas ruelas
com pedras polidas
e poeira aos molhos
nas amoras sumarentas
As sebes de sabugueiro
a branquear-me os olhos
com a flor perfumada
a erva-doce a trazer-me a beleza
baloiçante do seu verde aromático
neste afundar de dia sereno
Pelos pinhais
o negro melro assobia
e o cuco repete a canção
que vai pelo céu
com asas ocultas
Pelas campinas de azevém
onde abro sulcos
voando livre e feliz
como voa o papagaio colorido
que eu não fiz
Leça da Palmeira, 7/10/2003
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