A tarde apaga-se de forma vertiginosa.
Junto ao mar, perscrutando a lonjura…
num gozo de calmaria silenciosa,
entrecortado pelo vaivém das ondas
nas areias nuas…permaneço só.
Ah! Este sossego rumorejante
de águas perfumadas de sargaços…
Este azul-cinza de maré vaza,
descobrindo os segredos dos limos
nos rochedos crivados de cracas.
Ah! Este pio de gaivota leve
recortando os espaços,
abrindo as asas longas como laços.
O sol desce ternamente…em brasa.
Amante sereno ao deitar-se sem a lua,
sobre um colchão de águas mansas…
Passa uma brisa leve na tarde nua.
Cobre-se com a mantilha de medusas
a fios de oiro e prata bordada.
Ah! Esta hora mágica do crepúsculo,
que me enfeitiça e me deixa enamorada…
Praia do Funtão,8 de Agosto 2000
Sem comentários:
Enviar um comentário