Serenamente
caminhando entre a bruma
e o verde azulado das águas
transparentes
emerge da branca espuma
como uma serpente
Sob a abóbada celeste
translúcida e límpida
recortada entre algas e sargaços
estende preguiçosamente
os braços nus
e descobre
os ombros
os seios
o dorso
humedecido e de névoa envolto
mas do qual se adivinham
os traços
e o gesto solto
Amorosamente
caminhando nas areias
deixando que o sol beije
as ancas cheias
dançando entre as vagas
que refrescam a areia
Serenamente
desliza ondulante
uma sereia
Rio da Fonte, 24 de Dezembro de 1974
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