O sol acaricia a natureza
lentamente a renascer das cinzas.
Do Inverno restou apenas
a erva queimada
e o tronco nu
da árvore tosca
e sem qualquer ninho.
A vida já gasta
nada e ninguém renova:
nem a pele enrugada,
nem o olhar sem um brilhozinho.
Não volta mais a leveza
breve de um pular
de gato de ramo em ramo.
O tempo é implacável.
Reserva à natureza
esse mistério fantástico
da renovação.
Resta-nos somente
dia a dia, ano a ano,
não contemplar o espelho
e ver passar a brisa,
arrastando os pés
como folhas secas pelo chão.
Leça da Palmeira,10 de Março 2003
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