Conservo a visão do teu rosto
no vento que passa,
nas mãos,guardo o teu perfume,
nos ouvidos, a música em que flutuámos
em ondulações harmoniosas.
De ti ficou o tom mármore leitoso da pele,
o calor das madrugadas
e a claridade do olhar,
onde a transparência azul
conduzia a nenhuma descoberta.
Eu sei que sempre me mantive
longe e esquiva,
apesar da proximidade sentida.
Guardo na memória
os momentos de graça infinda
e a sinfonia do silêncio
em que pairámos felizes.
Aposto na passagem leve do tempo.
Ele encarregar-se-á de esfumar
as minhas cicatrizes.
Leça da Palmeira,24/4/2006
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