Rodrigues Lobo
Morrem nos seres vegetais
as verduras refrescantes de Abril
E na mutação sucessiva
de cada estação
Substitui-se a cor a música o ar
transforma-se lentamente a tela de Renoir
Caem na calma agonia
de quem sabe que se renova
Enchendo de tons cálidos
e amarelentos a pintura do caminho
Em ritmo desatinado como quem foge
loucas rodopiam lembrando Van Gogh
Despem lentamente todos os ramos
e por fim nuas se ficam
No silêncio negro das noites sem lua
estendendo os braços pedindo clemência
No tempo rude de geada carpem
mais tarde palpitam e de novo se vestem
Matosinhos, 26 de Setembro de 1975
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